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sábado, novembro 30, 2002

Zeca Beleiro & virose - Fui ao show do Zeca Baleiro na quinta à noite. Foi uma obra. Já tinha assistido outros shows dele, mas este foi o mais energético. O cara se supera. Eu já tinha até começado a achá-lo meio comercialzinho demais, mas o novo CD resgata o caldeirão de sons surpreendentes e, com mais qualidade. Ele pôs o Teatro da OSPA pra dançar. O pessoal tentou ficar sentado e não conseguiu.
Pulei tanto que pus o vírus pra fora. Explico: cheguei em casa e uma virose gastro-intestinal se manifestou. Foram 36h bem sofridas. Agora, como diria Angie, EBO (estou bem obrigada) mas continuo na sopinha. Hilda, minha gata, adorou: passou a sexta feira toda matando as saudades de me afofar.
Floripa - Flópolis tava linda, mesmo nublada. É incrível como o centro me lembra Pelotas. Moraria lá. Tem a cara de Pelotas, mas não tem aquele tempo fodido, úmido e frio.
Para os que curtem, vai aí o Dicionário Jurídico do Seu Creyssom:

ARRESTO:
Arréstio é um pôquinho di comidia que sóbria pra jântia, ou pra malmítia.

LIMINAR:
É quândio um bandídio da comunidade manda liminar ôtro cara di que ele não gostia.

AGRAVO:
É mutio simpres, é o mêrmo qui amemorizo, ou adecoro.

APENSO:
Essa é fáciu. Apensio, por isso sô inteligenti.

HABEAS CORPUS:
Si fô sem conssentimentio, é istrupo.

INTIMAÇÃO:
Intimassão é o momentiu di intimidadi di um cazau.

PREGÃO:
É a mais óbivia. É um prégio mutio grandi.

ARROLAMENTO:
Arrolhamentio poder ser duas coisa: O atio de botiar a rolia na garrafa ou di rolá uma coisa mutio pesádia.

PENSÃO ALIMENTÍCIA:
Na penção alimentiça pódesse cumer mutias coisas, dependi di qual é o prátio du dia.

CARTÓRIO:
É o mermu qui supusitório, só qui di cartião.

ACÓRDÃO:
Éssa é ridicola. É qui todus fasem dimanhãnzinha.

FÓRUM:
É o passadio do verbo fumu. Por exemprio: Eles fórum mais num voltiarum.

COMISSÁRIO:
É quem vivi di comição: Exemprio: garsson e franelinha.

quarta-feira, novembro 27, 2002

Da série "Ditos Pelotenses": Quando na minha família se está fazendo alguma coisa e já se encheu o saco, quer terminar logo, ainda que feito não tão bem quanto deveria, se usa a expressão "Pra quem é, bacallhau basta".
A expressão é portuguesa e se deve ao fato de que em Portugal o bacalhau chegava com fartura às classes mais modestas. Achei isso em uma página de turismo portuguesa.
I'll get back soon- Well, kids, I'm on my way to Flópolis. I'm back on Friday. Take care. Don't do anything that I wouldn't.
IT'S RAINING MEN
(The Weather Girls)


Hi (hi), we're your weather girls (uh-huh)
And have we got news for you (you better listen)
Get ready all you lonely girls
And leave those umbrellas at home (all right)

Humidity is rising (uh rising)
Barometer's getting low (how low girl, uh-oh)
According to all sources (what sources now)
The street's the place to go (we better hurry up)
'Cause tonight for the first time (first time)
Just about half past 10 (half past 10)
For the first time in history
It's gonna start raining men (start raining men)

It's raining men, Hallelujah
It's raining men, Amen
I'm gonna go out, I'm gonna let myself get
Absolutely soaking wet
It's raining men, Hallelujah
It's raining men, every specimen
Tall, blond, dark and lean
Rough and tough and strong and mean

God bless Mother Nature
She's a single woman too
She took on the heavens
And she did what she had to do
She fought every angel
She rearranged the sky
So that each and every woman
Could find the perfect guy

It's raining men, Hallelujah
It's raining men, Amen
It's raining men, Hallelujah
It's raining men, Amen

I hear stormy weather movin' in
'Bout to break it, about to begin
Hear the thunder, don't you lose your head
Rip up the roof and stay in bed (rip up the roof and stay in bed)

God bless Mother Nature
She's a single woman too
She took on the heavens
And she did what she had to do
She fought every angel
She rearranged the sky
So that each and every woman
Could find the perfect guy
Ooh it's raining men down

Humidity is rising (humidity is rising, yeah it's rising)
Barometer's getting low (it's getting low low low low low low low low low)
(Oh it's getting low)
According to all sources (according to all sources, oh to all sources)
The street's the place to go
Because tonight for the first time (first time)
Just about half past 10 (half past 10)
For the first time in history
It's gonna start raining men (start raining men)

It's raining men (woo), Hallelujah
It's raining men, Amen
It's raining men, Hallelujah
It's raining men, Amen
It's raining men, Hallelujah
It's raining men, Amen
It's raining men, Hallelujah
Woah woah woah woah woah woah, Amen
It's raining men (tall and blond and dark and lean)
It's raining men (and rough and tough and strong and mean)
It's raining men (come on), Hallelujah
It's raining men, Amen


Indicador Musical de Humor (IMH): It's Raining Men
Índice de Intolerância com a Burrice Alheia (INIBA): 10%
Comentário - Que dia lindo, não?

terça-feira, novembro 26, 2002

Indicador Musical de Humor (IMH): La Vie en Rose - Grace Jones
Índice de Intolerância com a Burrice Alheia (INIBA): 43%
Sim, eu estou em TESTES DESCONTROL. Para entender o que é um "descontrol", leia a página do 02 Neurônio.




Faça você também Que
gênio-louco é você?
Uma criação de O Mundo Insano da Abyssinia




A-do-rei!!!!! Sempre achei que eu era a reencarnação do Dalí.




Você é "O Fabuloso Destino de Amelie Poulain" de Jean Pierre Jeunet. Você é engraçado(a), original. Uma pessoa leve e maravilhosa de se conviver.

Faça você também Que
bom filme é você?
Uma criação deO
Mundo Insano da Abyssinia




Fiz o teste no Mundo Louco de Abyssinia.
Ai, que legal!!

segunda-feira, novembro 25, 2002

Indicador Musical de Humor (IMH): Elis canta Tom Jobim
Índice de Intolerância com a Burrice Alheia (INIBA): 25%
Veríssimo - Coluna de 24/11
A decisão
A moça suspirou fundo, pensou em todas as maneiras como podia mudar a sua vida - casar com um analista de sistemas ou um contrabaixista, entrar para uma ordem religiosa, cortar a carne vermelha e os derivados do leite ou até voltar para Faxinal do Soturno - e finalmente decidiu mudar de nome.

- Vou me chamar Gwyneth.

Não era nada, não era nada, já era um começo.

Da série "Ditos Pelotenses" - Na minha família, quando alguém pede para a gente fazer alguma coisa muito chata ou está querendo se provalecer (tirar vantagem), em vez de dizer "Mas de jeito nenhum!" ou "Bem capaz!", se diz: "Não matei meu pai a soco nem nada!"
Conspirações - De quebra, estava bizoiano os CD's no Guion quando achei uma versão de La Vie en Rose com a Grace Jones. Como tinha que inteirar 20 pilas para pagar com cartão, acabei levando meio sem olhar (nem precisa), um CD da Elis cantando Tom Jobim. Qual não foi a minha suspresa quando ao ouvir o CD, dei com a mesma versão de Por Toda a Minha Vida que toca no Fale com Ela. Feliz coincidência. A musica tinha me emocionado muito e não pensei que fosse ouvi-la novamente tão cedo. O que será que levou aquele CD até a minha mão?
Cinema - Assiti Full Frontal e Madame Satã neste final de semana, apesar de ter feito provas de um concurso no sábado à tarde e domingo o dia todo. Nada melhor que cinema para desestressar. No entanto, acho que a overdose de raciocínio durante o concurso esgotou este pobre cerebrozinho, porque do filme do Steven Sodebergh só tive uma leve notícia. Agora não sei se eu assisto novamente, naquele espírito de "agora sim é pra valer" ou se desencano. Quanto ao Madame Satã, achei o Ó.

sexta-feira, novembro 22, 2002

Da série "Ditos Pelotenses":

1) quando alguma coisa surpreende negativamente, normalmente de diz algo do tipo "Mas que coisa!" Na minha família, a expressão é "Mas será o pé do cabrito!?" ou ainda "Será o pé do bicho?!" Não me perguntem por quê;

2) quando alguém tem um acesso de fúria, ou de paixão do tipo beijo-beijo-beijo-abraço-abraço-aperto, se diz que tá tendo um "ataque de cinco minutos" ou que "bateu a miudinha";

3) quando a coisa fica feia, complicada, se diz que "preteou pro lado dos castelhanos".

quinta-feira, novembro 21, 2002

Fly me to the Moon - Tenho verdadeira loucura por esta música. Nada melhor para se ouvir quando se está apaixonada. Não que este seja o caso, neste momento.
Tenho versões dela com o Nat King Cole, Frank Sinatra (jovenzinho e madurão em dueto com o Tom), Tom Jobim, Anita O'Day, Keely Smith e compro qualquer versão que eu encontre pela frente. Agora saiu um CD da Diana Krall que tem uma versão ao vivo. Não sou muito chegada em gravações ao vivo, mas vou ter que adquirir para ouvir.

Fly me to the moon
And let me play among the stars
Let me see what spring is like
On Jupiter and Mars
In other words, hold my hand
In other words, darling (baby), kiss me
Fill my life (heart) with song
And let me sing for ever more
You are all I hope for
All I worship and adore
In other words, please be true
In other words, I love you

terça-feira, novembro 19, 2002

Da série "ditos pelotenses" - "Te fia no santo e não corre pra ver o que acontece!" - by Vó Nininha, nas vezes em que a gente estava contando com a sorte para se arrumar na vida, não fazendo nada pra colaborar com ela.
À procura - Porto Alegre arde sob meus pés e ando por suas ruas à procura. Para refrescar, só algumas flores de ipê roxo que se desprenderam mais tarde do que deveriam. O calor mormacento dói na pele e o corpo se arrasta pelas sombras qual largarto esgueirando-se da torreira. O cérebro funciona lento e formula perguntas infinitamente mais rápido do que acha respostas. As perguntas pendentes pesam a cabeça. Nenhum oásis de ar-condicionado. As ruas não fazem mais sentido e são como uma teia que me captura em sua trama até que a grande aranha venha me devorar. Bem dizem que quem não sabe o que procura está fadado a não encontrar nada. A mim resta apenas a grande aranha. Que não tarde.
Acho que fui possuída pelo demônio.
"O Oriente tem. Manhattan tem. Berna não tem, como tudo que é neutro..." - Clarice Lispector e Fernando Sabino foram amigos íntimos e trocaram muitas cartas no início da carreira literária de ambos. Em uma dessas cartas, enviada de Berna, onde morava, Clarice escreveu para Sabino: "Falta demônio nessa cidade".

Falta demônio em toda a Suíça. Falta demônio em muitos lugares. Não falta no Brasil, e talvez seja essa a explicação para o encantamento que o país provoca em estrangeiros e nativos: é o feitiço da irreverência.
Os Beatles flertavam parcimoniosamente com o demônio quando cantavam She loves you, ye, ye, ye, tornando-se mais famosos que Jesus Cristo. Só deixaram o demônio tomar conta em discos como Sargent Pepper's, Álbum Branco e Abbey Road, numa época em que Mick Jagger julgava-se o único representante de Lúcifer na Terra. Sempre houve demônio no rock.
Há demônio no vinho, falta no clericot. Há demônio no jeans, falta no linho. Há demônio nas fotos em preto-e-branco. Há demônio no cinema, não há na televisão.
Há demônio em livros, não há em revistas. Há demônio em Picasso, Almodóvar, Wagner, Janis Joplin. Há demônio na chuva mais do que no sol, há demônio no humor e na ironia, nenhum demônio no pastelão.
Não há demônio em bichos e crianças. Volto atrás sobre as crianças. Em algumas há, mas somente nas muito especiais. As outras pensam que são espertas, mas são apenas mal-educadas.
Na poesia há sempre demônio. Na boa poesia, na poesia marginal, na poesia de amor.
Paixão é quando o demônio está nu. Sexo com quem se ama é muito mais satânico, não precisa ser um amor pra sempre, pode ser um amor de repente, qualquer amor inferniza.
Coca-cola tem mais demônio que guaraná. A inteligência tem mais demônio que a simpatia. A vida tem mais demônio que a morte.
Filosofia, psicanálise, beijo, aventura, silêncio. Um minuto de silêncio. O pensamento é o demo.
O Oriente tem. Manhattan tem. Berna não tem, como tudo que é neutro.

domingo, novembro 17, 2002

Cinema - Este final de semana foi de cinema, literalmente.
Na sexta, assisti "Fale com Ela". Gostei muito, muito, muito. Alguém poderia me dizer qual o personagem do cara que faz o Benigno no filme "Lucia e o Sexo"? Eu adorei o filme. O mais interessante nos filmes do Almodóvar é que eu choro em cenas que ninguém chora. Uns até riem.
No sábado, assisti "Cidade de Deus". O filme é realmente maravilhoso e acho que merece todo o confeti. Acho que poderia ser obrigatório para tudo, de vestibular a carteira de motorista. Essa coisa de querer tornar tudo obrigatório é a minha veia Mussolini se manifestando. Mas a gente sabe o que é bom pras pessoas, né??
Hoje tava precisando de um filme com selo ABIC de final feliz. Fui ver "Casamento Grego". A esperança é a última que morre. Se aquela guria feia, nariguda e gorda conseguiu um cara como aquele (ai, ai...), eu também posso. Ah, era só um filme? Então tá. Bem-vinda depressão de final de domingo.
Heróis da Resistência contra o feriado - Os blogs não estão sendo atualizados, fora o meu e o Cabide. Sinal de que os outros têm coisa melhor pra fazer, menos eu e o Mikahil.
Café sem açúcar - Sim, eu sei que tenho estado meio amarga. Prometo melhorar. Prometo tentar melhorar. Eu não perco esta mania de esperniar. Quem manda ler Bukowski? Ainda se servisse para eu cansar de esperniar, me resignar e me convencer que não tem jeito, vá lá. Mas que nada. Sigo esperniando contra todas as evidências.
Acho que vou ter que passar uma fase lendo Polyanna e Polyanna Moça.

sexta-feira, novembro 15, 2002

Insondável - Tem pessoas que se encontram e por algum motivo estranho, é como se tivessem nascido pra se encontrar. Ninguém mais no mundo entende melhor suas ânsias, desejos, pirações, fantasias, insatisfações, planos, metas, tristezas. Ninguém mais te instiga e desfia tanto. Ninguém mais te faz sentir como se o melhor momento do mundo fosse aquele em que o cheiro dela chega nas tuas narinas. Você sente que não te falta mais nada, quando teus lábios tocam os dela: aquele instante é o começo e o fim do teu universo.
Até aí tudo bem. Mas o que a gente faz quando os mundos não se misturam e a única forma de se encontrar é inventando um mundo próprio, além das circunstâncias e dos outros?
Bem, daí um sabe do outro, como nenhum menino sabe de si mesmo e se salvam da sombra de todos os seus espelhos, enquanto lhes atormentam as furiosas serpentes da solidão e lhes invadem o peito, um cardume de ânsias.

quinta-feira, novembro 14, 2002

Narciso

Enquanto nos atormentam as furiosas serpentes da
solidão
Eu sei de ti, como nenhum menino sabe de si mesmo
E te salvo da sombra de todos os teus espelhos
De onde emergem intactas as imagens claras da
compaixão
E cai no fundo das águas o céu do verão
Frutas vermelhas amadurecem o peco desejo
Há um cardume de ânsias mergulhadas no peito
Estás com ar transfigurado, a insone paixão
Nunca abandona o insondável aquário
E disfarças como ontem o inevitável beijo
Anunciando a Narciso seu adiado naufrágio

– José Carlos Capinam
publicado por Fausto Rêgo

quarta-feira, novembro 13, 2002

There is no political solution
To our troubled evolution
Have no faith in constitution
There is no bloody revolution

We are spirits in the material world

Our so-called leaders speak
With words they try to jail you
They subjugate the meek
But it's the rethoric of failure

We are spirits in the material world

Where does the answer lie?
Living from day to day
If it's something we can't buy
There must be another way

We are spirits in the material world


Spirits in the material world,
Ghost in the Machine, Police, 1981.

terça-feira, novembro 12, 2002




Muppets - Vi um clip nem sei de quem na MTV. Era com os Muppets. Morri de saudades. Vale uma visita na página deles para espiar. Acho que eu tinha uns 5 anos quando eu via os Muppets na TV. Nesta página tem uma descrição de cada um dos personagens. É um barato.
Alguém sabe me informar se ainda existe programa dos Muppets (na TV paga é claro)? Eu seria capaz de assinar só pra ver os Muppets novamente!

segunda-feira, novembro 11, 2002



Porto Alegre - Estou apaixonada por Porto Alegre, novamente. Acho que todo outono eu me apaixono por esta cidade e a cada Feira do Livro eu lhe prometo ser fiel, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, em dias perfeitos e em dias de vento irritante, como o de hoje.

domingo, novembro 10, 2002

Dia de estudo,
Mundo, mundo, vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo...

Seria ótimo acreditar que sou uma solução.
***********************************

Vens e tomas meu corpo
minha pele, minha alma,
exproprias meus sonhos

me bates na cara,
me fazes louca, pouca,
santa, besta, tonta

devastas minhas aldeias,
derrubas minhas muralhas,
caçoas de meus exércitos,
incendeias minhas casas,

me fazes bela, fera,
donzela, megera, cadela

me cospes no rosto,
me trazes desgostos,
me lanhas o dorso,
me tiras os méritos,
me vestes mortalhas

me fazes alada, rasgada,
amada, amarga, molhada

E tudo o que quero
é que voltes, logo.

(Esse é meu mesmo, não vou ter problemas com direito autoral desta vez.)

sexta-feira, novembro 08, 2002


Roubei da do Blog da Angie.

Bichos - quando eu era pequena, tive muitos bichos. Entre eles: rato branco (antes dos hamsters a gente tinha ratos brancos), tartaruga, porquinho da índia, coelho, codorna, galinha, cachorro (evidentemente), periquito, pato, etc. Nunca tinha tido gato. Aliás, depois de saber o que é ter um bicho de estimação, nunca mais tinha tido bicho algum. Nunca tinha tido a oportunidade de ter um bicho que reconhecesse em mim o seu dono, ou seu ser humano mais querido, já que gatos não têm donos, eles tem seres humanos de estimação.
Depois de me separ e ir morar sozinha pela primeira vez na vida (aos 29 anos - acho isso meio ridículo), comecei a me sentir solitária (não o substantivo, o adjetivo). Comentei, então, com uma colega de trabalho, a Bel, que estava pensando em adotar um gato ou um cachorro. Bebel imediatamente me disse que sabia de gatinhos à disposição, uma vez que a veterinária tinha sido chamada para sacrificá-los ao nascer (a dona da gata não tinha para quem doar) e, como não faria tal coisa, recolheu os bichinhos e ligou pra ela.
Eu confesso que, ao comentar com a Bel a minha vontade, não estava pedindo um bicho, mas uma opinião. Bebel, maníaca por bichos, em especial por gatos (ela tem dois: Judith e Emiliano), não titubeou em me convencer de levar a gatinha lá pra casa e fazer um test drive.
Hilda chegou lá em casa em abril e a minha vida nunca mais foi a mesma. Ela nunca me deixa sozinha, nem por segundos. Se eu estou no banho, ela fica do lado de fora do box do banheiro, observando. Se eu abro a porta, ela chega a entrar para ver se agüenta o incômodo da água, só pra ficar mais perto de mim. É quase impossível me sentir só - a exceção são as vezes em que eu compro um saco de bolachas maria e escuto Nina Simone. Mesmo assim, Hilda fica de butuca e se percebe uma tentativa mais enfática de cortar os pulsos, me olha com cara de "você não me deixaria sozinha, não é mesmo?" Hilda, ou Hildolina, ou ainda Dodô, sempre arruma uma maneira de me fazer companhia.

quinta-feira, novembro 07, 2002

Poesia na Feira- Amanhã, sexta, às 19h, Paula Taitelbaum autografa Mundo da Lua. Imperdível. Os poemas são belíssimos.

Vem feito cacho de uva feito pingo de chuva tocar minha vulva
Traz os teus bagos e gotas me engole num gole glutão que tu és
Vem num tumulto insulto por debaixo dos panos te quero insano
Mostra na gangorra da noite o que é ter açoite e me faz tua súdita
Vem pelas frestas do tempo tempestade no centro vou perder-me no antro
Quero o que sempre venero a saliência e o sândalo
No meu corpo um vândalo
(Paula Taitelbaum - trecho de poema do Mundo da Lua, publicado na coluna de hoje do David Coimbra, na ZH)


Convite: Mikhail, que tal um café e depois sessão de autógrafos da Paula?
Duplo orgulho - Estou muito feliz de ter um link para o meu modesto bloguinho no super bem freqüentado Cabide d'Askhalsa e o melhor: a referência ao blog é "Patrícia, ex-colega da Zie Angie". Podia ser melhor?

quarta-feira, novembro 06, 2002

Ele(a) não é feio(a), você é que bebeu pouco - Ingerir álcool faz você achar as outras pessoas mais atraentes. A descoberta foi feita por um psicólogo da Universidade de Glasgow, na Escócia, em um estudo com 120 pessoas. Segundo o pesquisador, 1 litro de cerveja ou quatro copos de vinho aumentam o sex appeal das outras pessoas em cerca de 25%.
Taí, o negócio é encher a cara e baixar a exigência. MAS E O DIA SEGUINTE?!

segunda-feira, novembro 04, 2002

PSN- Na esteira da proposta do Mikhail de fundar o Partido Único dos Trabalhadores Anarquistas (sigla por sua conta e risco), eu proponho que a gente funde, oficialmente, o PSN (Partido dos Sem Noção), que já havia sugerido pela turma do Casseta e Planeta. Contudo, e como não poderia deixar de ser, a minha idéia tem inovações. Tratar-se-á (aimeudeus, uma mesóclise - fim do chilique) não de um partido convencional, em que as pessoas se identificam com as idéias e se filiam, ou que querem cargos e aderem, ou que querem se canditar e passam para aquele que tem vaga, mas um partido de filiação compulsória e eleição prévia. Explico: nós (pessoas inteligentes e COM noção) escolheremos os sem noção via voto direto e público. Uma vez eleito, a criatura sem noção (doravante chamado CSN) é compulsoriamente filiado ao PSN, recebe um diplona de CSN e passa a gozar de alguns incômodos, como por exemplo: não poder ir a Feira do Livro e ficar ocupando o balcão/ouvido do vendedor ou a bandeja de saldos por mais de 10 segundos, não poder ir à estréia de filme legal (principalmente os do Almodóvar), ser obrigado a ir à estréia de filmes da Xuxa, ter compulsoriamente que calar a boca quando os outros mandam, ter que parar de ligar convidando pra sair depois de ter recebido duas desculpas furadas (o brabo vais ser a CSN entender o que são desculpas furadas), não opinar sobre poesia ou política, ser proibido, terminantemente, de ligar para a casa dos outros antes das 9 ou depois das 22, etc. Aceitamos sugestões de incômodos a serem impostos às CSN.
Não é uma boa idéia?

sábado, novembro 02, 2002

Red Dragon - Assisti ontem à estréia de Red Dragon. O filme é muito bom. Pior que Silêncio dos Inocentes e melhor que Hannibal. Mas o mais interessante é que fui SOZINHA na sessão das 22:10 no Guion. Estava tudo deserto, pouca gente no cinema. Quando cheguei, fiquei bizolhando os CD's (todos ótchimos e caríssimos) e um senhor dos seus cinqüenta e picos puxou conversa sobre um Cd. Depois, já sentados no cinema, ele disse que eu era corajosa de ir assistir a um filme daqueles, a uma hora daquelas, sozinha. Pois é, eu disse, sempre adorei filmes e histórias de psicopatas. Sabe o que ele disse? "Eu também, sou psiquiatra e trabalhei muitos anos no Instituto Psiquiátrico Forense." É mol?!
Decidi ler o livro. Vou comprá-lo na Feira. Faltou maiores explicações a respeito dos crimes cometidos pelo Mr.D. Poucos detalhes.

sexta-feira, novembro 01, 2002

Árias Pequenas para Bandolim

Se é morte este amor
Porque se faz sozinho
Este meu canto?
Antes diria sorte

Poder cantar morrendo
A minha morte.

Se te vou esperar
Como é certo que ao fruto
Antecede a árvore?
Certo como a terra

Antecede a árvore
E à árvore antecede
A semente na terra

Me hás de vir buscar.

(Hilda Hilst, Júbilo, Memória e Noviciado da Paixão, Ed. Globo, 2001)

Destas certezas se vive e também se vai morrendo aos poucos. Com elas a vida se veste de céu e nos deitamos entre as estrelas e também com elas beijamos a areia árida pensando beber a água da miragem.
Mas o que é viver senão acreditar naquilo que um dia alguém vai provar que nunca existiu?