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sexta-feira, janeiro 31, 2003

Cada beijo é um e não se repete. Cada beijo depõe contra ou a favor de cada pessoa, em cada momento. Como serão os beijos das bocas que não beijei?

E tomaste a minha boca
De assalto num salto
No escuro da sala secreta
Invadida por tua saliva
Salgada entre meus dentes
Sol solto no céu da boca
E a sombra dos teus cílios
Passeando suave sobre
as maçãs do meu rosto lívido

Meus lábios reféns
Presos na seda dos teus,
Sussurrando salmos indecifráveis na
Ânsia de sossegar a língua que passa
Distraída pelo sabor dos teus segredos,
Suave e lânguida entre teus dedos.

(PAF, 2002)

Indicador Musical de Humor (IMH): Redescobrir, Elis Regina
Índice de Intolerância com a Burrice Alheia (INIBA): 32%



"Vai o bicho homem fruto da semente, renascer da própria força, própria luz e fé,
entender que tudo é nosso, sempre esteve nosso, somos a semente, ato mente e voz..."


Mais fotos de Pelotas, clique aqui.

Da série "ditos pelotenses" - Meus pais estão me visitando (mamar é sempre bom) e isso desencadeou mais uma da série "ditos pelotenses".

"-Cisca daí" - Expressão empregada sempre que se quer que uma pessoa ou animal deixe imediatamente o recinto ou pare imediatamente de fazer alguma coisa. Vale para crianças (ver mandinhos), gatos, cachorros e afins.

Cristiar - Verbo regular que significa enganar, passar pra trás. Ex.: Quando em uma divisão de comida, a outra pessoa está ficando com mais da metade, disse-se "Acho que tu estás me cristiando!"

Trinque - Designação pelotense para aquilo que todos chamam de trinco de porta. Lembro dos da casa da minha vó que tinham uma alça (ao redor da qual se passava os quatro dedos) e um apoio para o polegar, que era a alavanca que movia a haste pelo lado de dentro, desencaixando da tramela. Não entenderam nada, né? Então tá.

Freje - Bagunça, alaúza (minha vó ainda usa essa palavra!), balbúrdia (essa também!). Empregado da seguinte forma "-Chega de freje!" quando a mãe queria cortar o nosso barato.
Justificativas furadas - Tava com preguiça de mandar coisas pra cá. Andei com sono a semana toda e pouco inspirada. Depois de um ano acordando às 8:15, voltar a acordar às 6:45 não é mole. Já estou me recuperando. Esses cursos ainda me matam (os de Direito, claro).

terça-feira, janeiro 28, 2003

IMH: Pra não Dizer que não Falei de Flores, Vandré
INIBA: 100%
TRUCULÊNCIA REPRIMIDA POR QUATRO ANOS ECLODE EM REPRESSÃO DESPROPORCIONAL A PROTESTO PACÍFICO



Fiquei sabendo hoje pela manhã, através de uma reportagem no Bom Dia Rio Grande, que havia ocorrido incidentes na noite passada durante um protesto do anfi-teatro pôr-do-sol. Liguei para amigos que estiveram lá e colhi mais detalhes. O que aconteceu foi o seguinte:

Por volta das 23:30, alguns estudantes que estavam alojados no acampamento da juventude decidiram fazer uma passeata de protesto à repreensão por parte da Brigada a uma jovem por estar tomando banho nua em um dos chuveiros do acampamento. Cerca de 20 jovens, nus, desfilaram pela Avenida Beira Rio nas imediações do Anfi-Teatro. Foram aplaudidos e se comportaram pacificamente. A Brigada Militar chegou em motos, um camburão cheio de soldados e alguns a cavalo (cerca de 10), dispostos a reprimir a manifestação. A multidão vaiou e protestou e os soldados partiram para a agressão. a Beira Rio virou uma praça de guerra. Foram usados cacetetes contra todos que passavam, fossem homens, mulheres ou crianças. Algumas pessoas já no chão, sem esboçar reação e sem defesa, continuavam a serem agredidas. Os soldados a cavalo desembainharam as espadas e investiram contra a multidão. Um vendedor de melancias foi atingido por uma espada na cabeça e foi levado sangrando muito para o HPS.

Na página do Clic RBS nenhuma linha sequer.

Agora algumas questões: Há quanto tempo não se ouvia falar em repressão violenta de manifestações públicas? Uns quatro anos? No tão falado episódio da queima do relógio dos 500 anos, perdeu-se patrimônio, é verdade, mas não houve uma única vítima. O processo tramita até hoje, para apurar TODOS os responsáveis.

Parece que toda a truculência reprimida nesses quatro anos veio à tona assim que teve uma oportunidade. Parece também claro o equívoco de orientação quanto a qual deveria ter sido procedimento da Brigada Militar. Se não reprimidos, afinal, os manifestantes poderia ter ocasionado que tipo de dano? Que mal à sociedade poderiam ter causado?

O que eles fizeram nem crime é, ainda mais naquelas circunstâncias e naquele local. O art. 233 do Código Penal prevê o crime de "Ato Obsceno": Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público. Pena de detenção de 3 meses a 1 ano ou multa. A nudez é obscena? Já pensou quantos processos as redes de TV, concessão pública, diga-se de passagem, teriam nas costas se fosse?

Possivelmente a sociedade esteja se sentindo mais segura agora que a Brigada Militar está atuando em defesa da ordem, na repressão dos movimentos sociais e da liberdade de expressão. Eu, sinceramente, não me sinto.

Resta saber, também, se este episódio vai render tantas manchetes, processos e dividendos políticos quanto o episódio do Relógio. Duvido e odó.

segunda-feira, janeiro 27, 2003

FSM - Sumi porque tava no Fórum. Sim.

Programação da Ticia:
Quinta: Marcha de Abertura (já comentada);
Sexta: Um outro Processo Civil é Possível, na UFRGS. primeiro o dever, depois a diversão. Fiz isso sexta para ficar livre das coisas do direito o resto do tempo. Dever cumprido, agora sim.



Mais fotos na página do Sebastião Salgado.

Sábado: Flanar pelas ruelas atupetadas da PUC com artesanato social mundial. Palestra do Sebastião Salgado. Indescritível. Inominável. 40 min de áudio-visual (em dois blocos de 20 min). O primeiro sobre a nova estrutura das famílias em tempos de êxodos (terra, guerra, fome). O segundo sobre a África e suas mazelas. Um soco no estômago. Sebastião (nome do meu futuro filho) falou 20 min sobre sua experiência de vida e o projeto de recuperação ambiental que ele e a mulher estão fazendo em Minas. Saiba sobre isso aqui.
Depois, Palestra do Boaventura Souza Santosno Gigantinho. O homem é, realmente, uma fera. "Temos direito a reivindicar a igualdade sempre que a diferença nos inferioriza e temos direito de reivindicar a diferença sempre que a igualdade nos descaracteriza." Falou e dizeu.



Jerson é o da direita. Na foto, ele é o Giggio, neto vagabundo da Nonna.


Domingo: Palestra com o Ziraldo (encontrei o MIKA!) e fui assistir a peça Quem Faz Gemer a Terra. A peça é com o Jerson Fontana, um ator excelente - e uma pessoa especial - que foi meu professor de teatro (sim, já fiz curso de teatro) e é um dos atores da também excelente La Nonna. Quem Faz Gemer a Terra é baseada no livro do Charles Kiefer de mesmo título, sobre a vida do colono que assassinou o brigadiano no confronto da Praça da Matriz. Fiquem de olho e quando entrar em cartaz NÃO PERCAM. É daquelas peças que a gente experimenta milhões de sentimentos, vai das lágrimas ao riso e de lá de volta, se emociona do início ao fime sai de lá mais humano (no bom sentido) com a sensação de ter feito um exercício de resensibilização.

Acho que é essa mesmo a mágica da arte, esteja ela sob que forma estiver.
Depois eu conto mais.
You are the song "Nowhere Man." Most likely, you talk in rhyme, are very smart, are short, and named Jeremy. Or maybe you're not. At least, that's the Nowhere Man in Yellow Submarine. You're song starts with some great harmony and then goes into some really awesome lyrics. You're a great song. You should be proud to be Nowhere Man!


Nowhere Man
(Lennon/McCartney)
He's a real nowhere Man,
Sitting in his Nowhere Land,
Making all his nowhere plans
for nobody.

Doesn't kave a point of view,
Knows not where he's going to,
Isn't he a bit like you and me?
Nowhere Man, please listen,
You don't know what you're missing,
Nowhere Man, the world is at your command.

He's as blind as he can be,
Just sees what he wants to see,
Nowhere Man can you see me at all?
Doesn't kave a point of view,
Knows not where he's going to,
Isn't he a bit like you and me?
Nowhere Man, don't worry,
Take your time, don't hurry,
Leave it all till somebody else
lend you a hand.

He's a real Nowhere Man,
Sitting in his Nowhere Land,
Making all his nowhere plans
for nobody.

sexta-feira, janeiro 24, 2003

YEAH! DESSA EU GOSTEI!!


What Beatles' song are you?
Marcha do Fórum Social Mundial



"- Eu fui !!!!!"


Nunca tinha visto uma coisa mais linda que aquilo. Todos se davam as mãos, todos podiam abraçar todos. Alemães sorriam entusiasmados e ingleses se abraçavam em quem passasse pela frente (!?). De travestis a Auditores Fiscais, todos lá. Uma massa tão heterogênea quanto unida. Judeus e Palestinos na mesma marcha. De arrepiar. Eu estava com meu amigo Fabrício (minha faixa-metade), com a Grazi e o Zaneti. Eu e o Fabris portávamos uma faixa onde se lia em três idiomas: "A Justiça gera a paz". Lembrei do prefácio do Saramago ao livro Terra, do Sebastião Salgado. Como diria a Grazi, "-Que momento!"

quarta-feira, janeiro 22, 2003

IMH: Nana Nenê, Minha Mãe
INIBA: 100% (sono me deixa irritada)

SONO - Gente, que sono.
Naquela classificação do Napoleão de nível de inteligência por número de horas de sono necessárias, eu estou muito mais pra débil mental que pra gênio. Se não dormir 8h fico um zumbi. Queria ser como uns e outros que dormem 4h e são felizes. Sono me deixa insuportável. Mais insuportável. Nada serve, nada tá bom. Ok, consigo pensar em alguma coisa que me alegraria (alguém), mas aí não dormiria hoje de novo.



"-Hoje dormiria em qualquer lugar como um anjinho..."

terça-feira, janeiro 21, 2003

Breve Réquiem para Piano e Oboé

Me tiveste leve e louca como num sonho
Com a brisa escorregando pelo meu dorso
E rios nascendo entre minhas pernas.
Me tiveste santa e triste no alto de uma colina
E minhas lágrimas fecundaram as paisagens por onde andaste
Para que teu passo fosse encontro e festa.
Me tiveste fêmea e livre
Com o ardor de mil cios queimando meu ventre
E a promessa de todos os teus filhos nas minhas entranhas
Me tiveste tola e frágil
A tua espera na janela de uma casa derruída
Onde não mais existiam portas ou paredes
Me tiveste insana e maldita
Possuída por todos os demônios da terra
Entregue a todos os pecados e luxurias pelo calor do teu leito
Me tiveste tão tua e linda
Com a lua pousada na boca, sóis nascendo nos olhos
E o peito trespassado de esperanças.

Hoje me tens como a ti permito ter me:
Uma sombra que se despede e some
Aos poucos de tua lembrança.

IMH - She's Leaving Home, The Beatles
Adoro essa música. Adoro "She's leaving home after leaving alone for so many years..."
Acho que hoje me sinto um pouco assim, saindo de uma vida que não existia, saindo de uma casa onde eu morava só, terminando de ler um livro em branco, encerrando o assunto com o surdo.

INIBA: 93%



"-Estamos adorando participar da trilha sonora do blog da Ticia."



She's Leaving Home (Lennon/McCartney)

Just as with 'A Day in the Life', 'She's Leaving Home' is based on a newspaper story; this one about a girl who, despite being wealthy and getting good grades, runs away from home to seek fun and romance. The girl was named Melanie Coe, who ran away from her home life because of rigid rules which she claimed didn't allow her to be herself. In an ironic twist, Paul had met Melanie three years earlier on the set of the British program Ready Steady Go!, a teenage-targeted music and dancing show. She had won an award and Paul was the presenter. Melanie has said that she loved to dance and going to the clubs allowed her to be free and herself.

Achei isso aqui.



Clique aqui e descubra que Beatle você é!!


Eu sou o John!
Mika, mais uma coicidência feliz, hein?!

segunda-feira, janeiro 20, 2003

One art

The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.

Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.

--Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.

From The Complete Poems 1927-1979 by Elizabeth Bishop,
published by Farrar, Straus & Giroux, Inc. Copyright ©


Um oferecimento Little Angie.

OBS.: Pra mim, não parece nada evidente. É, realmente, uma tragédia.


IMH: Once I loved (Tom), Shirley Horn (Já é de cortar os pulsos com bolacha maria cantado pelo Tom. Cantada pela Shirley... só ouvindo)
INIBA: 97%



"-I'll hold you close, make you stay, because love is the sadest thing when it goes away..."
Pretty Woman



Sim, eu sei: o filme é babaca, cheio de clichês e lugares comuns. Já vi umas 30 vezes. Toda vez é a mesma coisa: passo o filme todo com cara de criança que assiste a desenhos Disney (coisa que, aliás, eu adoro fazer) e dez minutos depois que termina, entro em depressão porque o conto de fadas não é meu. Vai ser. Um dia. Quem sabe. Pelo menos ontem foi regado a champagne. Sozinha sim, mas com classe.

sexta-feira, janeiro 17, 2003

IMH: Meditation, Tom Jobim
INIBA: 93,2%


"-I will wait for you til the sun falls from out of the sky, for what else can I do?
I will wait for you meditating how sweet life will be when you come back to me..."


Frida Kahlo - Auto-retrato 1941


Amor - Há algum tempo li uma reportagem em uma revista (sorry, não lembro qual) sobre Frida Kahlo. Desde a primeira vez que ouvi falar nessa mulher e em sua vida tão incomum, me senti atraída or ela. Ainda hoje não sei se gosto dela ou não.
Tem uma história a seu respeito, e do muralista Diego Rivera, que me impressionou muito. Contam que quando Diego deixou Frida, ela teria parado o relógio de parede na hora em que ele saiu pela porta. Ao lado do relógio parado, ela instalou outro, que funcionava normalmente. No dia que Diego voltou pra ela, ela também parou o segundo relógio. Dizem que ainda hoje, na casa que ela viveu e que é hoje um museu, estão os dois relógios, lado a lado. Um, com a hora em que ele partiu; outro, com hora em que ele voltou. Dá a impressão de que nesse meio tempo ela não viveu.
Adorei isso.

quinta-feira, janeiro 16, 2003

IMH - Estrada Branca, Edu e Tom
INIBA - 99%
(Mika sentiu de longe, antes do índice ter sido divulgado oficialmente. Isso é que é ser bom jornalista!)
Beijo

Fui possuída pelo Teu demônio.
Minha boca já não me traduz,
Apenas balbucia as palavras que semeaste.
Meus olhos não me guiam, reproduzem
Os espectros das Tuas noites.
Minhas mãos não procuram agarrar-se a
Nada além do Teu Corpo.

Estou alienada dos meus dias
E as garras do Teu demônio me escalam pelo avesso
Marcam Teu Nome em meu rosto,
Lanham minhas costas com Tuas frases,
Drenam minhas forças
Para me manter acorrentada ao Teu leito.

A um olhar Teu, o peito rompe,
De meus seios jorra o leite
Que sugas me consumindo,
E não estou certa do mal que me fazes,
Contente de ser fonte,
Vou esvaindo do que sou feita
Até que tudo de mim seja Teu,
Até que não haja mais um resquício de Eu.



Mal - Hoje não me sinto bem. Meu estômago dá voltas mas não foi nada que eu comi. Foi algo que não vomitei, que não pus pra fora, que não exorcisei. Algo que há muito se nutre de mim, dos meus sonhos, de minhas esperanças e cresce me fazendo diminuir. Uma cria ao contrário, como uma vez escrevi num poema cheio de garras e sangue ("...Ele às vezes me invade e vem/ Se aninhar em meu ventre,/ Se alimentar dos meus dias/ E cresce me consumindo/ Como uma cria ao contrário/ Com fome de minha agonia,/ Me devorando devagar..."). Apesar de torta, é minha cria e, como toda mãe, minha tolerância parecia infinita às ingratidões, às feridas, ao abandono. Ela voltava e, contente de ser fonte, eu lhe oferecia o seio novamente, a amamentava com o melhor de mim, mesmo notando que de mim se esvaia o que eu tinha de mais caro: meus sonhos.
Hoje entendi que este não é o papel que me cabe, não é o papel que eu quero. Não estou mais alheia ao mal que ela me fazia.
A cria teve outras crias, longe de mim. Que lá se alimente e cresça, ou não. Nada disso me diz mais respeito.

quarta-feira, janeiro 15, 2003

Inveja - Li ontem um artigo sobre INVEJA no site Psipoint. O artigo é maravilhoso e surpreendente e o site tem artigos excelentes. É um site para psis (como eles mesmos dizem) que tem rigor científico sem se perder nos jargões psicanalíticos. Vale a pena conferir.

"Como a insuficiência é uma fonte constante de dor e de vergonha, o individuo que se sente insuficiente, está sempre competindo com os demais à sua volta. A consciência de sua insuficiência gera uma dolorosa vergonha e o individuo fica atento a qualquer fonte possível de humilhação proveniente do ambiente externo.(...)
A inveja impossibilita o sentimento de gratidão. Isso ocorre porque o invejoso é incapaz de sentir que o outro lhe dá algo de bom grado e sim, o faz, por necessidade de humilhar o invejoso."
(Mário Quilici)

segunda-feira, janeiro 13, 2003

DE PHAZZ é a minha cara!!



DE PHAZZ - Talvez vocês já conheçam, mas eu ouvi hoje pela primeira vez. É um grupo alemão chamado DE PHAZZ. Chiquérrimo é apelido. Cool não exprime bem. Resumindo: um luxo só. Mas não se enganem, trata-se de um som caliente, apesar da origem germânica da trupe. Mistura jazz moderno, soul, techno, mambo (?) e outras cositas mas. Se eu fosse um CD, queria ser um dos CD's deles. E sabe como eu fiquei conhecendo? Um amigo disse assim "- Ouve que acho que tu vais gostar. Achei a tua cara." Gentem, a minha cara? Como diria Manny, "Tô bege", se a música deles tem mesmo a minha cara, tô hiper-bem na foto. Thanks, André.
IMH - Fly away, Lenny Kravitz
INIBA - 87%



"-Eu adoro a Ticia. Passamos ótimos momentos juntos... pena que ela não tem me ligado ultimamente."
Refri - Eu gostaria de fazer um protesto. Desde que a moda do refrigerante com gelo e limão pegou que não existe mais refri gelado no mercado. Todo o refri é morno. Não há um bar, restaurante, boate, dos mais chiques aos mais fuleros, que tenha o capricho de colocar a bebida no gelo. No máximo, se consegue bebê-la fresca (se for lata, porque garrafa pode esquecer). Gelada jamais. O normal é que esteja morna. Deixam os refris fora do gelo, pois deve ser muito mais fácil e barato fazer gelo que manter latas e garrafas no freezer, este, reservado às cervejas e afins. Refri com gelo e limão pode até ser gostoso, se ele estiver gelado. Caso contrário, o gelo dura 30 segundos e o refri vira uma água. Muito mais gostoso é refri beeeemmmmmm gelado, mas não existe mais. Aliás, existe. Na minha casa.


Bem gelada assim, com gelinhos grudados e tudo, é produto em extinção!!

sexta-feira, janeiro 10, 2003

The Road - Já que falei de Beatles ontem e vou falar hoje de uma música deles que é muito especial e que ao mesmo tempo me dá um medo enorme.
The Long and Winding Road, pelo menos pra mim, fala de coisas que a gente nunca consegue deixar pra trás. A mesma estrasa continua lá, nos esperando pra levar de volta à frente da mesma porta, à mesma solidão e à mesma tola esperança de que um dia a porta se abra. Não importa quantas vezes a gente tenha se sentido só e chorado, nem quantos caminhos diferentes tenha tentado, eles sempre nos levam de volta à mesma estrada.
Na música, docemente, ele pede pra não ser deixado lá, pra que ela lhe conduza até a entrada.

Em Retrato em Preto e Branco (Tom e Chico), o tema é o mesmo: "já conheço os passos dessa estrada, sei que não vai dar em nada, seus segredos sei de cor. Já conheço as pedras do caminho e sei também que ali sozinho vou ficar, tanto pior. O que é que eu posso contra o encanto desse amor que eu nego tanto, evito tanto e que, no entanto, volta sempre a enfeitiçar com seus mesmos tristes, velhos fatos que num álbum de retratos eu teimo em colecionar?".

Até quando colecionar mais "um soneto, outro retrato em branco e preto a maltratar meu coração"?
Will the long and winding road that leads to your door someday disappear?

Gostaria de olhar para os lados e não ver nenhuma estrada longa e sinuosa que eu soubesse exatamente onde vai dar. E, neste caso, sempre em nada.

quinta-feira, janeiro 09, 2003

Indicador Musical de Humor (IMH): Something, Beatles
Índice de Intolerância com a Burrice Alheia (INIBA): 12,5%


Simbologia
Veríssimo, 09/01/2003

Um acontecimento tão cheio de significados como a posse do Lula vai fatalmente virar mito. E gerações ainda por nascer ouvirão os relatos daquele dia mágico, quando tudo foi presságio e tudo foi simbólico, inclusive a bursite. Ouvirão que choveu e fez sol ao mesmo tempo, simbolizando a indecisão de Deus, que, como o PMDB, ainda não sabia que atitude tomar diante do novo governo. Ou a última chance que a Natureza dava a Lula para mudar de idéia e desistir de morar em Brasília, onde, como se não bastasse o PFL, o clima é muito estranho.



Ouvirão que um cavalo derrapou na pista e atirou um Dragão da Independência na frente do carro presidencial, simbolizando um futuro possivelmente desastroso das relações do governo do PT com as Forças Armadas. Ouvirão que, entrevistado depois, o cavalo teria negado qualquer conotação política no seu gesto, atribuindo-o à pista molhada, e declarado que a instituição está pronta a ajudar o governo desde que este assegure verba para, pelo menos, a ração.



E ouvirão que alguns caças da Esquadrilha da Fumaça, sobrevoando a cerimônia, simularam ataques de tosse, para chamar a atenção para sua velhice e a necessidade de serem substituídos. Ouvirão que o vice-presidente e o presidente subiram a rampa do Palácio do Planalto sem dificuldade, apesar da idade de um e da barriga do outro, ambas avançadas, mas que o mesmo não pode ser dito do Rolls-Royce, que falhou abjetamente e teve que ser empurrado rampa acima. Simbolizando o vigor e a disposição do novo governo e a falência das elites miméticas, do neocolonialismo cultural e, acima de tudo, dos modelos importados.



Ouvirão que a transferência da faixa presidencial também teve momentos de grande conteúdo simbólico. Ao tirar a faixa do próprio peito, Fernando Henrique derrubou os óculos, simbolizando sua relutância em ver no peito de outro o objeto do seu amor.



Lula abaixou-se para pegar os óculos, simbolizando uma regressão inconsciente ao servilismo proletário diante da classe acadêmica. Felizmente, não se levantou quando Fernando Henrique se inclinava para passar a faixa, acertando uma cabeçada no seu queixo e pondo-a nocaute por cima da Dona Ruth, numa cena que, transmitida a todo o mundo, certamente espantaria os investidores. Enquanto Fernando Henrique tentava colocar a faixa em Lula, este tentava recolocar os óculos em Fernando Henrique, que acabou colocando os óculos no bolso depois de colocar a faixa em Lula, embora fosse claro que preferia colocar os óculos no Lula (transmitindo a este, simbolicamente, sua visão neoliberal) e a faixa no bolso.



Quanto ao simbolismo da bursite, a inflamação na bolsa que envolve a articulação do ombro direito, este não é muito claro. Talvez signifique favorecimento da esquerda com panos quentes na direita. Ou tenha alguma coisa a ver com a Bovespa.


quarta-feira, janeiro 08, 2003

Exame de consciência - Ao deitar tenho por hábito pensar no dia que se foi e encontrar no dia seguinte uma razão para levantar. Nesse parte exame de consciência (lembram do catecismo, crianças?), parte pseudo-planejamento, encontro as coisas boas e más do dia que se foi. Vejo se valeu a pena. E até agora, a esmagadora maioria valeu. Meu ex-marido reclamava muito disso. Motivos óbvios: quando eu parava pra pensar, descobria o que tinha me incomodado e já queria passar a limpo. O que pra ele funcionava como tortura, pra mim sempre evitou sujeira (demais) debaixo do tapete. Continuo assim até hoje. Não precisam ser grandes realizações, pequenas alegrias como uma gérbera linda que foi parar no criado mudo já fazem o dia não se perder. Odeio a sensação de que estou esperando os dias passarem pra ser feliz daqui a tanto tempo. Cada dia tem que ter a sua alegria, por mais simples que seja.



IMH - Don't Stop Me Now, Queen
INIBA - 30%

Hoje estou mesclando sono, excitação e angústia. Que coisa isso. Às vezes dá vontade de achar um cantinho e dormir. Em outras, vontade de sair pela rua cantando e dançando. Também tenho vontade de roer unhas. Sei não, acho que a minha analista vai mandar me internar logo, logo.

segunda-feira, janeiro 06, 2003

IMH - Mariposa Technicolor, Fito Paez
INIBA - 1%



"-A Ticia foi minha inspiração. Ela é uma verdadeira Mariposa Technicolor"
Previsões - Você também é encasquetado com essas coisas de futuro? Veja aqui as previsões para 2003. Este site é muito legal. Por via das dúvidas, sempre consulto o meu horóscopo.
Incógnitas - Não seria ótimo se a gente tivesse um oráculo que pudesse revelar "o que será o amanhã"? Talvez não. Sempre fui ansiosíssima, sempre quis saber o que ia acontecer amanhã e depois, e depois. Não para planejar, mas por curiosidade mesmo. Essa coisa de sentar e esperar pelo por vir nunca me caiu bem. Mas isso existe, não tem como escapar. As pessoas e as coisas têm seu tempo e não há nada a fazer senão esperar por ele. Enquanto isso, faço tricot com fios de esperança e agulhas grossas de determinação.



Não entendo nada disso, mas Mandalas são coisas bem bonitas, né?


sexta-feira, janeiro 03, 2003

Indicador Musical de Humor (IMH): Relicário, Cassia Eller Acústico (É bom esse Nando Reis!)
Índice de Intolerância com a Burrice Alheia (INIBA): 43% (Tô com sono, fico mais intolerante)



O que você está fazendo? Milhões de vasos sem nenhuma flor...
O que você está fazendo? Um relicário imenso desse amor...
De volta ao lar - E aí, gentem!? Como foram de reveillón?
O meu foi o mais etílico dos últimos 10 anos. Aliás, não lembro de ter tomado um porre maior (não, CatiaFabi, o de Gramado não foi maior, este o superou). Mas o melhor de tudo é que foi muito divertido, de energias muito positivas, com direito a sete ondas, mandingas mil, fogos de artifício, brindes que incluíram até a plataforma continental, calcinha amarela, etc.
Pedi muita coisa boa para os meus amigos também, viram?